Biofilme fúngico: uma barreira implacável à cura da candidíase vulvovaginal em pacientes pós-radioterapia do câncer cervical

Resumo

Candidíases persistentes constituem um desafio na clínica ginecológica, sobretudo quando associadas a formas de Cândida não-albicans, de modo a apresentarem resistência a tratamentos rotineiros. A formação de biofilmes fúngicos recentemente descrita para esses micro-organismos dificulta sobremaneira a ação dos antimicrobianos, de modo a acentuar a manutenção de um microambiente de resistência. Em pacientes tratadas de câncer do colo uterino com radioterapia, o efeito de radiação reduz os mecanismos locais de defesa, acentuando a patogenicidade do quadro e sua persistência. Sugere-se que as formas prevalentes de blastoconídeos sugestivos de formas não-albicans sejam referidas no exame de Papanicolaou. Ainda que o método apresente baixa sensibilidade e especificidade para confirmação de micro-organismos, o quadro persistente pode ser identificado, como no presente caso, alertando para a terapêutica vigorosa, principalmente em ambiente hospitalar e centros oncológicos, prevenindo a formação de biofilmes.